Especialista da ONU Alerta sobre Impactos de Nova Lei Ambiental no Brasil

Publicado em 07/08/2025 04:31

Especialista da ONU Alerta sobre Impactos de Nova Lei Ambiental no Brasil
Foto por Willian Justen de Vasconcellos no Unsplash

Especialista da ONU Alerta sobre Impactos de Nova Lei Ambiental no Brasil

A nova legislação de licenciamento ambiental, recentemente aprovada pelo Congresso brasileiro e aguardando decisão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, é vista como um grande retrocesso na proteção ambiental do país, conforme análise de Astrid Puentes Riaño, relatora especial da ONU.

Riaño manifestou preocupações de que a proposta possa resultar em sérios danos ao meio ambiente e violações de direitos humanos, especialmente em projetos de mineração na Amazônia, que poderiam ver uma aplicação mais branda das normas.

Estimativas do Instituto Socioambiental (ISA) indicam que a nova lei poderia revogar proteções para 18 milhões de hectares, área comparável ao território do Uruguai, intensificando a crítica de que o projeto enfraquece as salvaguardas ambientais.

Enquanto críticos chamam a proposta de 'PL da devastação', argumentando que ela coloca a saúde pública em risco, apoiadores afirmam que a medida simplificaria os processos burocráticos para empresas demonstrarem a segurança ambiental de seus projetos.

A relatora Riaño expressou particular preocupação com a renovação automática de licenças para projetos que não tenham sofrido grandes alterações, apontando que isso poderia impedir avaliações ambientais essenciais.

A legislação prevê que órgãos ambientais tenham até 24 meses para decidir sobre licenças, com uma concessão automática em caso de atraso, o que, segundo Riaño, pode agravar o desmatamento impulsionado por atividades como agricultura e mineração.

Apesar da necessidade de sistemas mais eficientes, Riaño defende que as avaliações de impacto ambiental devem ser abrangentes e fundamentadas em ciência, ressaltando a importância de consultas a comunidades indígenas e quilombolas.

Com a decisão presidencial esperada até 8 de agosto, a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, indicou que Lula pode vetar partes da nova lei, propondo alternativas para mitigar potenciais danos.

Marina Silva destacou a importância de não apenas vetar, mas também de oferecer soluções que abordem adequadamente as mudanças propostas, especialmente à luz da COP30, que acontece em novembro no Brasil.