Nasa Planeja Instalar Reator Nuclear na Lua até 2030 em Meio a Disputas Geopolíticas
Publicado em 07/08/2025 04:31
Nasa Avança com Projeto de Reator Nuclear na Lua até 2030
A Nasa está acelerando seus esforços para criar um reator nuclear na Lua até 2030, conforme relatado pela mídia dos EUA. Este projeto faz parte do plano dos Estados Unidos de estabelecer uma base lunar permanente para a habitação humana.
Segundo o Politico, o chefe interino da Nasa destacou planos semelhantes de China e Rússia, alertando que esses países poderiam estabelecer zonas de exclusão na Lua. No entanto, existem dúvidas sobre a viabilidade dos prazos, dadas as recentes restrições orçamentárias da Nasa e preocupações de alguns cientistas sobre o impacto geopolítico do projeto.
Diversos países, incluindo EUA, China, Rússia, Índia e Japão, estão em uma corrida para explorar a Lua, alguns com a intenção de criar assentamentos permanentes. O secretário de Transportes dos EUA, Sean Duffy, destacou a importância de desenvolver rapidamente essa tecnologia para sustentar uma economia lunar e fortalecer a segurança nacional no espaço.
Duffy solicitou que empresas privadas apresentem propostas para construir um reator que gere no mínimo 100 quilowatts de energia. Em comparação, uma turbina eólica típica na Terra gera entre 2 a 3 megawatts. Desde 2022, a Nasa já contratou empresas para projetar reatores.
Em maio, China e Rússia anunciaram planos de construir uma estação nuclear automatizada na Lua até 2035. Muitos cientistas acreditam que a energia nuclear é crucial para fornecer energia contínua na superfície lunar, onde um dia equivale a quatro semanas na Terra, com duas semanas de luz solar seguidas por duas semanas de escuridão.
O professor Sungwoo Lim, da Universidade de Surrey, afirma que a energia nuclear é inevitável para sustentar uma base lunar, pois painéis solares e baterias não atenderiam a demanda energética necessária. Lionel Wilson, da Universidade de Lancaster, acredita que reatores podem ser instalados até 2030, desde que haja comprometimento financeiro.
Questões de segurança são levantadas, como o desafio de lançar material radioativo através da atmosfera terrestre. Simeon Barber, da Open University, menciona que embora seja necessário licenciamento especial, não é impossível. A iniciativa de Duffy surpreendeu, especialmente após cortes anunciados no orçamento da Nasa.
Os cientistas temem que o projeto seja impulsionado por interesses políticos em uma nova corrida espacial. Barber observa que, embora a competição possa impulsionar a inovação, se o foco for estreitamente nacionalista, pode-se perder de vista o objetivo maior de explorar o Sistema Solar.
Os comentários de Duffy sobre zonas de exclusão refletiram no Artemis Accords, um acordo entre sete países assinado em 2020, que estabelece princípios de cooperação lunar. Barber explica que a construção de um reator ou base pode justificar a criação de zonas de segurança, criando potencialmente alegações de propriedade lunar.
Barber ressalta obstáculos que devem ser superados antes da instalação de um reator na Lua. O programa Artemis 3 da Nasa, que visa enviar humanos à Lua em 2027, enfrenta incertezas financeiras. Ele afirma que energia nuclear sozinha não é suficiente sem meios de transporte de pessoas e equipamentos.
Barber conclui que os planos atuais da Nasa carecem de integração eficaz, destacando a necessidade de coordenação entre a geração de energia e a logística de transporte para uma base lunar bem-sucedida.
